Gastando dinheiro…

Tentando voltar a fazer isso funcionar e sem mais blá blá blá, “vamo que vamo”!

Ano passado o transporte de presidiários entre as penitenciárias e suas respectivas audiências custou um milhão de reais. Só UM deslocamento do ex-deputado Natalino Guimarães nesta semana envolveram gastos próximos a 40 mil reais. Vide notícia. Quem paga? Já sabe a resposta, né? Imagina em quantas coisas distintas poderíamos aplicar esse dinheiro e termos um retorno bem mais proveitoso para o nosso país, onde podemos encontrar tantos serviços precários (e olhe que isso não se restringe a rede pública, concordam?).

Bom, o que eu queria destacar aqui não é exatamente para onde nosso dinheiro público vai. Todos nós sabemos, nao é? A notícia acima cita, de forma interessante, a resistência de autoridades para o uso de tecnologias que possam trazer facilidades (e, principalmente, economia) para nossas vidas. Caro demais para o caso, segundo o “doutor”. Será? Uma conexão com a internet hoje não custa absurdos.

Com menos de R$50 é possível se ter uma alta conectividade, suficiente para uma videoconferência. Mas vamos colocar um pouco mais caro, só para garantir que falhas não acontecerão. Se pensarmos em uma conexão de 1 Mbps, em um estado onde ela seria considerada bem cara, pensemos em R$100. 40 mil reais seriam suficientes para se pagar dois pontos de acesso com essa velocidade de conexão por mais de 15 anos. Realmente, “doutor”, é muito mais caro né? Podemos descontar alguns gastos a mais como manutenção de equipamento como computadores, câmeras e microfones. Mas garanto que, com o barateamento da internet ao longo dos anos, esse tempo não mudaria.

E aí eu não quero me prender com gastos públicos. Vamos pensar agora em um congresso ou simpósio. Nível nacional, ou quem sabe continental. Alguns órgãos que investem em pesquisa financiam as passagens e estadia de palestrante nos mais espalhados lugares do país. Claro que é muito legal, você estar conhecendo um lugar novo, pessoas novas. Mas a intenção de tudo não é uma palestra, um curso, um tutorial? Será que é ncessário mesmo a presença física de nossos idolatrados palestrantes? O conteúdo, não temos o que contestar. São de grande valia para nossa formação, tanto acadêmica quanto profissional. E além disso, NADA! Para que ele lá? A intenção não é incentivar uma pesquisa? Por que não armar uma parafernalha muito mais em conta, fazer o palestrante aparecer numa imagem gerada por um datashow e diminuir drasticamente os custos de passagem e hospedagem. Pensando em um evento com vários palestrante, imagina o quanto se economizaria com isso? Isso talvez pudesse diminuir drasticamente os preços (muitas vezes abusivos) cobrados simplesmente para assistirmos os tais espetáculos. Se é para incentivar a pesquisa, por que não pensar de uma forma um tanto “otimizada”, viabilizando que mais e mais pessoas possam ter acesso a um conteúdo de qualidade?

Já imaginou, você de computação, assistindo uma palestra do Bill Gates ou do Steven Jobs por R$20? Você, jornalista, assistindo uma apresentação do Bonner pelo mesmo valor? Você, concursista, assistindo a um show de aula do William Douglas por menos de R$50? Você fiel, assistindo um sermão do Papa Bento XVI gratuitamente (embora isso já pode estar lentamente se tornando realidade)? Será que estou indo muito além da realidade. Não trazer o palestrante a fim de se investir em uma videoconferência não vale a pena? Será que barateando inclusive no preço dos ouvintes não teríamos um público bem maior para tais eventos?

Não é de meu intuito colocar fatos pessoais aqui, mas eu mesmo já deixei de ir para palestras que eu gostaria muito por conta dos valores cobrados. Há quem pague por tudo isso, fazendo com que tudo possa funcionar tranquilamente. Mas acredito que poderíamos usar muito melhor o dinheiro que não sabemos, de forma nenhuma, como gastar.